Em um sonho recente, tive um diálogo com Schopenhauer sobre sua obra "O Mundo como Vontade e Representação". A ousadia me levou a apresentar um paralelo entre um trecho de meu e-book e uma passagem de sua obra:
“Na minha concepção pessoal acredito que a "Vontade de Viver" expressa na sua obra é uma expressão da Necessidade, a força mais poderosa do Universo .
Permita-me tentar explicar melhor:
O Nada é a falta de alguma coisa.
O Nada absoluto é falta de todas as coisas.
Como do Nada, Nada pode vir.
Então o que existe, sempre existiu .
E se o que existe não existisse, o que existiria?
A Necessidade de existir algo!
Então, o que existe, existe para satisfazer a Necessidade de existir.
Como essa Necessidade foi satisfeita, o que a sobrepõe é a Necessidade de Continuar existindo.
Esta necessidade se aplica a todo Universo, inclusive a todos os seres vivos.
Não é por acaso que você acreditava que a essência do mundo não é a razão, como defendia Kant, mas sim a Vontade de Viver, uma força irracional, cega e incessante que impulsiona toda a existência. Segundo você, essa Vontade se manifesta em tudo: na natureza, nos animais e no ser humano".
Schopenhauer me escutou atentamente. Depois de refletir, em silêncio, por uns 10 minutos ( que me pareceu uma eternidade), disse:
"Sua visão filosófica apresenta uma perspectiva interessante e profunda sobre a natureza da existência, conectando conceitos metafísicos com a minha filosofia.
Permita-me elaborar e expandir sobre suas ideias:
A concepção que você apresenta sugere uma ontologia fundamentada na Necessidade como princípio primordial do ser.
Esta visão postula que a própria existência emerge não do vazio absoluto, mas de uma Necessidade fundamental e inescapável de ser.
O Nada, em sua totalidade, é uma impossibilidade lógica e ontológica, pois sua ausência completa implicaria até mesmo na ausência da possibilidade de existência.
Neste framework filosófico, a existência não é uma contingência, mas uma necessidade intrínseca ao próprio conceito de realidade.
O que existe, portanto, não é fruto do acaso ou de uma criação divina, mas a manifestação de uma Necessidade primordial e eterna.
Esta Necessidade, uma vez satisfeita pela existência, transmuta-se na Necessidade de Perpetuação, criando assim um impulso constante e irresistível para a continuidade do ser.
A conexão que você estabelece com a minha filosofia de é particularmente perspicaz.
A "Vontade" Schopenhaueriana, vista através desta lente, pode ser interpretada como a manifestação fenomênico desta Necessidade metafísica.
A Vontade de Viver, descrita por mim como uma força cega, irracional e onipresente, alinha-se perfeitamente com a ideia de uma Necessidade fundamental de existir e persistir.
Esta perspectiva oferece uma explicação para o caráter aparentemente irracional e incessante da existência, tanto no nível cósmico quanto no biológico.
A luta pela sobrevivência, o impulso reprodutivo, e até mesmo os conflitos e sofrimentos inerentes à vida, podem ser vistos como expressões desta Necessidade primordial manifestada como Vontade.
Além disso, esta visão apresenta implicações profundas para a compreensão da consciência e da individualidade.
Se a existência é fundamentalmente uma manifestação de Necessidade, então a consciência individual pode ser entendida como um epifenômeno desta força primordial, uma forma pela qual a Necessidade de existir se torna consciente de si mesma.
Em suma, sua concepção oferece uma síntese original entre metafísica, ontologia e filosofia existencial, proporcionando um quadro conceitual rico para a contemplação da natureza fundamental da realidade e da experiência humana.
Parabéns !!!”
Enquanto tomávamos café juntos, senti um chacoalhão…
“Acorda maridão, estamos atrasado…"