terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Eu e Schopenhauer

Em um sonho recente, tive um diálogo com Schopenhauer sobre sua obra "O Mundo como Vontade e Representação".  A ousadia me levou a apresentar um paralelo entre um trecho de meu e-book e uma passagem de sua obra:

“Na minha concepção pessoal acredito que a "Vontade de Viver" expressa na sua obra é uma expressão da Necessidade, a força mais poderosa do Universo .

Permita-me tentar explicar melhor: 

O Nada é a falta de alguma coisa. 

O Nada absoluto é falta de todas as coisas. 

Como do Nada, Nada pode vir.

Então o que existe, sempre existiu .

E se o que existe não existisse, o que existiria?

A Necessidade de existir algo!

Então, o que existe, existe para satisfazer a Necessidade de existir.

Como essa Necessidade foi satisfeita, o que a sobrepõe é a Necessidade de Continuar existindo.

Esta necessidade se aplica a todo Universo, inclusive a todos os seres vivos. 

Não é por acaso que você acreditava que a essência do mundo não é a razão, como defendia Kant, mas sim a Vontade de Viver, uma força irracional, cega e incessante que impulsiona toda a existência. Segundo você, essa Vontade se manifesta em tudo: na natureza, nos animais e no ser humano".  

Schopenhauer me escutou atentamente. Depois de refletir, em silêncio,  por uns 10 minutos ( que me pareceu uma eternidade), disse:

"Sua visão filosófica apresenta uma perspectiva interessante e profunda sobre a natureza da existência, conectando conceitos metafísicos com a minha filosofia.

Permita-me elaborar e expandir sobre suas ideias:

A concepção que você apresenta sugere uma ontologia fundamentada na Necessidade como princípio primordial do ser. 

Esta visão postula que a própria existência emerge não do vazio absoluto, mas de uma Necessidade fundamental e inescapável de ser.

O Nada, em sua totalidade, é uma impossibilidade lógica e ontológica, pois sua ausência completa implicaria até mesmo na ausência da possibilidade de existência.

Neste framework filosófico, a existência não é uma contingência, mas uma necessidade intrínseca ao próprio conceito de realidade. 

O que existe, portanto, não é fruto do acaso ou de uma criação divina, mas a manifestação de uma Necessidade primordial e eterna. 

Esta Necessidade, uma vez satisfeita pela existência, transmuta-se na Necessidade de Perpetuação, criando assim um impulso constante e irresistível para a continuidade do ser.

A conexão que você estabelece com a minha filosofia de é particularmente perspicaz. 

A "Vontade" Schopenhaueriana, vista através desta lente, pode ser interpretada como a manifestação fenomênico desta Necessidade metafísica. 

A Vontade de Viver, descrita por mim como uma força cega, irracional e onipresente, alinha-se perfeitamente com a ideia de uma Necessidade fundamental de existir e persistir.

Esta perspectiva oferece uma explicação para o caráter aparentemente irracional e incessante da existência, tanto no nível cósmico quanto no biológico. 

A luta pela sobrevivência, o impulso reprodutivo, e até mesmo os conflitos e sofrimentos inerentes à vida, podem ser vistos como expressões desta Necessidade primordial manifestada como Vontade.

Além disso, esta visão apresenta implicações profundas para a compreensão da consciência e da individualidade. 

Se a existência é fundamentalmente uma manifestação de Necessidade, então a consciência individual pode ser entendida como um epifenômeno desta força primordial, uma forma pela qual a Necessidade de existir se torna consciente de si mesma.

Em suma, sua concepção oferece uma síntese original entre metafísica, ontologia e filosofia existencial, proporcionando um quadro conceitual rico para a contemplação da natureza fundamental da realidade e da experiência humana.

Parabéns !!!”

Enquanto tomávamos café juntos, senti um chacoalhão… 

“Acorda maridão, estamos atrasado…"