Neste sábado falei com ele no Skype.
Me disse que, lá em Chicago, os últimos acontecimentos no Rio foram muito comentados. A derrubada do helicóptero pelos traficantes e as 40 mortes da semana reforçaram o sentimento da publicidade enganosa apresentada em Copenhague (que culminou com a escolha do Brasil como sede dos jogos Olímpicos de 2016).
“A realidade é bem diferente...”
“A propaganda está muito mais próxima do sonho do presidente Lula do que da realidade...”
“O Rio merecia ganhar? A situação em 2016 será diferente?”
Walter acredita que há muita hipocrisia na mídia por mostrar somente um lado do problema. “O usuário não tem responsabilidade alguma?”
Artistas, cantores, usuários da zona sul são apresentados em programas de televisão com muita complacência, como vítimas ou como heróis que enfrentaram o problema após anos de dependência...
“Se você comprar material roubado você é considerado receptador, criminoso. Se você comprar drogas de um traficante assassino, você é classificado “doente”, “dependente”. Faz sentido?”.
Se a justiça não permite punir o usuário, a mídia poderia ser menos tolerante.
Walter é radical neste tema.
“Se você tem um amigo usuário (mesmo eventual) você tem um amigo igualmente criminoso, que tem sangue nas mãos, que ajuda o traficante a apertar o gatilho.
Seu amigo alimenta a violência irresponsavelmente.
Se afaste dele...”
Grande Walter, você tem razão.
Somos muito tolerantes com desvios de conduta. Somos muito tolerantes com a incompetência de nossos dirigentes. Somos muito tolerantes com a mediocridade, somos muito tolerantes com a baixa performance.
Por isto elegemos e reelegemos corruptos, admiramos demagogos e achamos que tudo vai bem...
Afinal de contas, Deus é brasileiro, no final tudo dá certo...