Na madrugada, desperto
Pés descalços sobre o chão frio
Caminho para a sala vazia
O silêncio, meu companheiro
Sento-me numa poltrona velha
Olhos vagam pelo céu noturno
Estrelas distantes, luzes cintilam
Alguma mensagem ou só o cosmos infinito?
Sonolência mistura-se à curiosidade
Busco significados onde não existem
Sou apenas um peregrino sem sono
Diante da vastidão do universo
O frio avança pelo meu corpo
Lembra-me de minha pequenez
Não há mistérios a desvendar
Só a simplicidade do ser e estar
Na solidão da noite, compreendo:
Sou parte deste mundo, nada mais
As estrelas brilham sem propósito
Como eu, simplesmente existem
O universo não guarda segredos
Apenas é, em sua plenitude
E eu, sentado nesta poltrona desconfortável
Sou testemunha dessa verdade nua.
Montanari
Maio 2025
