quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O DILEMA DO SABER


Schopenhauer sussurra: "A verdade é tormento",

Quanto mais se sabe, mais se vê o abismo.

A consciência, qual implacável julgamento,

Revela da vida o trágico realismo.


O questionar incessante, a busca sem fim,

Revela os véus da ilusão cotidiana.

Mas cada resposta traz consigo o sim

À dor da existência, tão crua e insana.


Nietzsche, por sua vez, observa atento

A fé que cega, mas também acalenta.

Na crença simples, encontra-se alento,

E a vida imediata se torna opulenta.


Sem indagar o porquê, o para quê,

O crente abraça prazeres terrenos.

Livre do peso que o questionador vê,

Seus dias fluem, mais serenos.


Eis o contraste, a eterna dualidade:

Questionar e sofrer, ou crer e viver?

Um busca a essência da realidade,

O outro prefere no escuro se mover.


O filósofo, com olhar aguçado,

Desbrava os mistérios, mas paga o preço.

O fiel, em seu mundo simplificado,

Evita o vazio, mas perde a verdade.


Entre o saber profundo e a fé cega,

Caminha o ser humano, indeciso.

Cada escolha um caminho carrega,

Cada caminho, seu fardo e seu sorriso.

Montanari