sábado, 1 de novembro de 2025

Sombras na Cidade


Entre casas de tijolos e ruas mal pavimentadas,

Um bairro sufoca sob o peso do medo.

Olhos baixos, vozes sussurradas,

Os conformistas se escondem nas sombras.


Crianças brincam à beira do abismo,

Inocência roubada por balas perdidas.

Mães choram ao vivo e em cores na TV,

Sonhos despedaçados como vidro no asfalto.


Os adaptados dançam com o diabo,

Moral flexível, consciência adormecida.

Sobrevivem na zona cinzenta,

Onde vítima e bandido se confundem.


A fé, último refúgio dos desesperados,

Igrejas lotadas de almas perdidas.

Orações silenciosas pedem salvação,

Mas os céus parecem surdos ao clamor.


Um dia, o inferno se abre,

Fogo e sangue inundam as ruas.

Corpos se amontoam na praça central,

Inocência e culpa, lado a lado na morte.


A nação desperta, por um instante,

Chocada com a barbárie escancarada.

Palavras vazias ecoam nos palácios,

Enquanto mães choram seus mortos.


Mas amanhã, quem lembrará?

Quem lutará pela mudança real?

A essência do ser humano se perdeu,

Na selva de concreto e ganância.


Humanidade! Para onde caminhas?

Teus valores se esvaem como água entre os dedos.

No horizonte, vejo apenas trevas,

E espectadores silenciosos…

Montanari

01/11/2025