Guernica, 1937, estrondo no ar
Bombas caem, a Guerra Civil Espanhola ruge
Picasso, com pincel e fúria, responde
Em tela grita o horror, o caos, a dor
Crianças, velhos, mulheres - todos sofrem
A guerra não escolhe, a guerra não poupa
Guernica, obra-prima do desespero humano
Grita em silêncio através dos tempos
E hoje, Gaza sangra sob bombas israelenses
Guernica multiplicada, amplificada, eterna
As imagens se repetem, em cores vivas de morte
Quantos Picassos seriam necessários agora?
Até quando, pergunto eu, ateu pacifista
Quanto mais sangue precisa jorrar nas ruas?
Que lógica perversa move a mão que já foi vítima
A tornar-se algoz, replicando o horror vivido?
Israel, filho do Holocausto, pai de novo genocídio
Que amnésia coletiva te faz esquecer tua própria dor?
Gaza é Guernica, é Auschwitz, é todo horror humano
Condensado em bombas, gritos e corpos despedaçados
Eu, engenheiro, professor, poeta peregrino
Grito em versos livres contra esta insanidade
Pois a poesia, mesmo impotente, não pode calar
Diante do eterno retorno da barbárie humana.
Poema baseado no texto do amigo Michel Labaki
Imagem criada por IA para reforçar o poema
Montanari - Agosto 2025