segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Gaza & Guernica : retratos da desumanidade

 


Guernica, 1937, estrondo no ar

Bombas caem, a Guerra Civil Espanhola ruge

Picasso, com pincel e fúria, responde

Em tela grita o horror, o caos, a dor


Crianças, velhos, mulheres - todos sofrem

A guerra não escolhe, a guerra não poupa

Guernica, obra-prima do desespero humano

Grita em silêncio através dos tempos


E hoje, Gaza sangra sob bombas israelenses

Guernica multiplicada, amplificada, eterna

As imagens se repetem, em cores vivas de morte

Quantos Picassos seriam necessários agora?


Até quando, pergunto eu, ateu pacifista

Quanto mais sangue precisa jorrar nas ruas?

Que lógica perversa move a mão que já foi vítima

A tornar-se algoz, replicando o horror vivido?


Israel, filho do Holocausto, pai de novo genocídio

Que amnésia coletiva te faz esquecer tua própria dor?

Gaza é Guernica, é Auschwitz, é todo horror humano

Condensado em bombas, gritos e corpos despedaçados


Eu, engenheiro, professor, poeta peregrino

Grito em versos livres contra esta insanidade

Pois a poesia, mesmo impotente, não pode calar

Diante do eterno retorno da barbárie humana.


Poema baseado no texto do amigo Michel Labaki

Imagem criada por IA para reforçar o poema

Montanari - Agosto 2025

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