sexta-feira, 26 de abril de 2013

Somos Incompetentes?




Somos incompetentes?
 Respondi : “Se Fernando estivesse vivo, diria que sim, com certeza”.
Ainda escuto sua voz carregada de emoção reforçada pelas “Brahmas” que tomávamos nos sábados a tarde:
 “...Somos incompetentes e dormimos tranquilamente num berço esplêndido...  Por isto crescemos muito mais lentamente do que poderíamos”.
...Um país com tanto potencial desperdiçado, que vergonha...”
“... Lembra do artigo: “A malta que nos governa” de João Ubaldo Ribeiro?E sem esperar minha resposta, para me humilhar, exibia sua memória pródiga: É claro que não tenho certeza, mas creio que a grande maioria dos brasileiros se sente enredada num clima de bandidagem, no qual avultam em maior destaque os políticos… O Brasil não tem povo, tem platéia...”
“...você viu o estado que chegou a Educação no Brasil...  ”
Lembrei-me dele, outro dia, durante uma discussão com minha irmã. Falávamos que deveríamos trocar o chavão de que vivemos na “Era do Conhecimento” pelo “Era da Efetividade”...  
Discutíamos que não dá mais para desperdiçar Recursos Naturais e muito menos Talento Humano, principalmente por deficiência na gestão das organizações. Se não formos efetivos não conseguiremos melhorar a qualidade de vida neste pais...
Parecia que Fernando estava lá direcionando a discussão:
“O crescimento da produtividade depende de 4 fatores:
1-Qualidade do capital físico.
2- Competência da mão-de-obra
3-Progresso tecnológico
4-Formas de organização”
Quando penso na situação do Brasil atual imagino a “Lista de Fernando” transformada em fotografias comentadas...
Visualizo uma imensa fila de caminhões parados na estrada, esperando para descarregar soja no porto de Santos... Escuto José Antônio Fernandes Martins dizendo que a manipulação de um container no porto de Shangai custa US$ 75, enquanto que em Santos custa U$ 290...
Vejo, piscando na minha frente, a página da Exame, escrita em letras garrafais que a INTEL deixou de vir para o Brasil por que não temos mão-de-obra qualificada em Matemática e Ciências... Ouço a voz, da professora Therezinha, falando indignada da nossa vergonhosa classificação no Programa Internacional de Avaliação Estudantil (PISA)... 
Vejo, em câmera lenta, as diversas imagens das reportagens sobre a desmoralizante disputa entre os poderes legislativo, judiciário e executivo...
Do além Fernando deve estar acrescentando o questionamento:Que pais que se preze tem mais de 30 ministérios criados por razões políticas e não técnicas?”
Fernando, meu amigo, você não poderia ter partido tão cedo.
Minha irmã é um bom papo, mas mora muito longe e não gosta de cerveja...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

iPad na Escola: 10 Passos para um programa de sucesso


iPads tornaram-se a mais quente ferramenta educacional da atualidade.

O uso de tablets na sala de aula, nos Estados Unidos, já supera em 2 vezes o uso de computadores.
Infelizmente, as vezes, a corrida para comprar a última tecnologia, precede o planejamento cuidadoso que é crucial para o sucesso no uso de ferramentas educacionais.
Não há uma solução mágica e fácil - seja com laptop, lousa eletrônica ou iPad.
A tecnologia sozinha nunca terá a capacidade de melhorar a educação, a menos que seja implantada com base numa visão holística que atenda aos objetivos educacionais e urgentes de preparar nossos alunos para a vida.
O uso adequado da tecnologia pode, contudo, ter um impacto transformador na aprendizagem.
Abaixo listo 10 requisitos para a implementação bem-sucedida de iPad nas escolas.
1. INFRAESTRUTURA
É necessário adequar a infra-estrutura da escola para gerenciar e implantar os iPads, antes de  comprá-los. Questões para professores, pais e gestores escolares refletirem:
·      A escola tem Internet banda larga? Lembre-se que você (professor) precisará deste recurso quando os alunos começarem a criar e distribuir arquivos de mídia.
·      A rede sem fio é robusta e segura o suficiente para distribuir um sinal forte e confiável para toda escola?
·      As salas de aula têm cofre ou locais seguros para armazenar os iPads?
·      Você (gestor escolar) já discutiu e definiu uma política para o uso da tecnologia?
·      A escola tem  ferramentas e meios para monitorar essas políticas?
2. OBJETIVOS CLAROS
·      Quais são os objetivos educacionais da sua escola?
·      Você pode explicar por que está comprando iPads e como essa decisão se integra na sua visão educacional? (Qualquer iniciativa bem-sucedida requer que toda a organização esteja alinhada).
·      Como o iPad integra-se com a sua declaração de missão educacional? Essa visão deve ser claramente comunicada a todos os grupos dentro de sua organização - incluindo professores, alunos, pais, diretores e administradores.
3. FOCO NO APRENDIZADO DO ALUNO
·      Só criança com fralda molhada gosta de mudança. Todos nós temos uma tendência natural de permanecer em nossa zona de conforto e rejeitar a mudança.
·      Muitos professores e gestores escolares preferem continuar usando as mesmas práticas pedagógicas que vivenciaram quando estudantes.
·      A grande maioria das escolas adota uma estratégia top-down, voltada para tornar o processo educacional mais fácil e mais eficiente para a escola e para os professores, em vez de focar as necessidades de aprendizagem dos alunos.
·      A tecnologia é muitas vezes adquirida com o objetivo de melhorar as palestras dos professores, a entrega do conteúdo de forma mais eficaz e tornar a avaliação mais simples e mais eficiente.
·      Estamos vivendo um período da história em que a geração mais jovem tem maior facilidade com as ferramentas tecnológicas do que as gerações mais velhas.
·      Mover o foco de “professor dar a instrução” para “aprendizagem centrada no aluno” capacita os alunos a usar a tecnologia para explorar, criar e inovar com a tecnologia.
4. ESTRATÉGIAS DE GESTÃO
iPads exigem processos específicos de organização e gestão.
Abaixo uma pequena lista de questões a considerar :
·      Como você vai lidar com a seleção, aquisição e implantação de aplicativos do iPad?
·      Que restrições que você irá impor?  
·      Como é que você irá gerenciar o fluxo de atualizações dos aplicativos e do sistema?
·      Como você vai sincronizar e fazer backup do conteúdo gerado nos iPads pelos alunos?
·      Você definiu um processo descomplicado para professores e alunos distribuírem conteúdo e apresentação de trabalhos?
·      Como você vai lidar com casos de danos e roubo?
5. MENTE ABERTA
·      iPads não são laptops.
·      Não há nenhum login de usuário. A capacidade de proteger, controlar e monitorar o uso do iPad é mínimo se comparado com laptops.
·      Se manter o controle sobre a atividade dos alunos é essencial para você, o iPad não é o melhor dispositivo para suas necessidades.
·      Entretanto, o iPad tem recursos únicos: Toque intuitivo, mobilidade, câmera embutida, microfone, vídeo, sensores de luz, ferramentas de navegação, tecnologias para portadores de deficiências e muito mais. Querendo é possível usá-lo para criar um ambiente de aprendizagem muito rico.
6. USO DE APLICATIVOS COMO FERRAMENTAS
·      Peça a um carpinteiro para construir um rack de vinho. Ele não sairá atrás de um conjunto de "ferramentas para racks de vinho". Um carpinteiro desenvolveu competências com um conjunto de ferramentas que são usadas ​​para a construção de todos os tipos de móveis. Precisamos adotar uma estratégia semelhante quando comprarmos e usarmos aplicativos no iPad.
·      Um dos maiores erros que os professores cometem é estar constantemente à procura de aplicativos que atendam as metas curriculares específicas. Apesar da existência de ótimos aplicativos, o benefício real vem da seleção de ferramentas abertas que podem ser dominadas e usadas ​​como parte do processo de aprendizagem dinâmico e criativo.
·      Com um conjunto relativamente pequeno de aplicativos os  estudantes podem criar entrevistas simuladas com figuras históricas famosas, criar podcasts para a comunidade escolar, praticar e gravar a fala em uma língua estrangeira, criar vídeos que ilustram e explicam os princípios da álgebra, explicar fenômenos científicos com “stop-motion animation(com o stop-motion animation o objeto é movido em pequenos incrementos entre os quadros fotografados individualmente, criando a ilusão de movimento quando a série de quadros é apresentada como uma seqüência contínua) e muito mais.
·      Dada a oportunidade e o conjunto adequado de ferramentas, os alunos usarão o iPad de forma criativa e inovadora. Isto ampliará seus horizontes em vez de condicioná-los com conteúdo rígido e aplicações específicas.
7. COMPARTILHAMENTO
·      Compartilhamento pode ser uma lição de vida importante, mas não funciona muito bem quando se usa iPads na escola.
·      iPads foram projetados para serem dispositivos pessoais. Uma vez que não há qualquer login que separe um usuário do próximo, as informações estão muitas vezes disponíveis para todos os usuários.
·      Compartilhamento de iPads pode criar problemas de privacidade e segurança. Recomenda-se o uso 1:1 de iPads a partir da 5 ª série.
8. TREINAMENTO CONTÍNUO
·      Mudança organizacional requer treinamento e suporte adequado... e é importante compreender que "formação" não significa um workshop de um dia, no início do ano letivo.
·      Estabeleça um programa de formação ao longo do ano.
·      Desenvolva grupos de apoio aos professores de sua escola.
·      Incentive o intercambio de experiências com outras escolas, assim os professores poderão compartilhar seus sucessos, e aprender uns com os outros.
9. CONECTIVIDADE
·      A web tem muitos recursos úteis. Você pode facilmente se conectar e se beneficiar do conhecimento e da experiência de outros professores. Use o twitter e participe de sites que discutem sobre o uso da tecnologia na Educação.
10. FLEXIBILIDADE
·      Muitas vezes exigimos dos alunos resultado muito específico de uma tarefa. A adesão a um currículo estrito exige que os professores dirijam e controlem todos os instrumentos do processo de aprendizagem.
·      Pedir aos professores para abrir mão do controle sobre a atividade do estudante é muitas vezes a parte mais difícil de qualquer implementação de tecnologia nas escolas.
·      Tecnologia, porém, é mais eficaz quando os alunos têm a liberdade de usá-lo como uma ferramenta para a criatividade e inovação.
·      A sala de aula com iPad deve ser aberta, flexível e orientada pela paixão e iniciativa.
·      Não espere controlar todos os aspectos da aprendizagem dos alunos e não sinta que você sempre precise ser o especialista no uso da tecnologia.
·      Você já tem muitos deles sentados a sua frente. Os alunos olham para a tecnologia como uma tela. Dê a eles a liberdade de pintar suas próprias obras.
baseado no livro:  “iPad in Education for Dummies” de Sam Gliksman e na visão do grupo TeachThought

sábado, 6 de abril de 2013

Até quando vamos ignorar que existe uma revolução acontecendo na área de Educação?



Quando nossos professores, pedagogos, secretários de educação e  políticos vão entender que a velocidade de mudança está cada vez maior por causa da tecnologia?
Não dá mais para competir e gerar riquezas se nossa maneira de ensinar ainda estiver usando tecnologia de 10 anos atrás e  mentalidade do século passado!
Vamos refletir sobre os resultados abaixo extraídos da pesquisa realizada nos EUA em outubro de 2012 com mais de 364.000 alunos do K-12  (alunos do Fundamental 1  ao Ensino Médio) e tentar comparar com nossa realidade:
1. Os alunos dizem que usam a internet em casa para ajudar na “lição de casa”.
Para 29% dos estudantes do ensino médio o acesso a internet para fazer lição de casa é um evento diário
2. Os alunos querem aprender “a qualquer hora, em qualquer lugar e em seu próprio ritmo”.
41% dos estudantes dizem que gostariam de ter aula virtual; vêem como o maior benefício serem capazes de aprender no seu próprio ritmo.
3. A maioria dos estudantes apóiam o modelo “invertido de aula” (flipped classroom model)
 60% dos alunos dizem que seria uma boa maneira para eles aprenderem.
O modelo invertido de aula consiste basicamente em “levar a escola para casa” e a “lição de casa para a escola”.  Os alunos assistem,  em casa, as palestras dos professores no formato de vídeo-aulas de 5 a 10 minutos, enquanto que na escola são feitas as “lições de casa e atividades” com apoio dos professores e colegas.
4. Um número crescente de estudantes estão querendo textos digitais, mas o método preferido de leitura ainda é o impresso.
33% dos estudantes do Fundamental 2 dizem que sua preferência é o livro digital para trabalhos escolares;
44% de todos os alunos pesquisados dizem que querem ler em um tablet.
5. Mais alunos estão aprendendo através do YouTube.
29% de todos dos 364 mil alunos pesquisados dizem ter usado vídeo on-line para ajudá-los com a lição de casa.
6. Alunos gostariam de ser capazes de “enviar mensagem de texto” para seus professores para obter ajuda.
30% dos estudantes disseram que isto iria ajudá-los a serem mais bem-sucedidos em ciências.
7. Os alunos estão experimentando jogos eletrônicos cada vez mais jovens.
75% dos alunos do jardim de infância até a segunda série do Fundamental 1 estão usando computadores e dispositivos móveis para jogar regularmente jogos educacionais .
8. Uso do Twitter está explodindo entre os jovens.
34% dos alunos do ensino médio são usuários do Twitter  (um aumento de três vezes desde 2011) .
9. Facebook é agora um destino regular para projetos em grupo.
38% dos alunos dizem que costumam usar o Facebook para colaborar com colegas em projetos escolares.
10. Uso de dispositivos móveis pelos estudantes continua crescendo.
·      80 % dos estudantes do ensino médio tem acesso a dispositivos móveis pessoais ,
·      65 % dos alunos do Fundamental 2 tem acesso a dispositivos móveis pessoais,
·      O uso de tablets dobrou em 2012 entre os alunos do ensino médio se comparado com 2011 . 52% deles possuem um tablet.
Fonte: Speak Up 2012 National Research Project Findings 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Acesso a Tecnologia na Educação e a Renda Familiar



Uma pesquisa sobre professores do ensino médio e do ensino superior nos EUA constatou que a tecnologia educacional tornou-se central para a profissão do magistério. 
Ao mesmo tempo que a internet, os celulares e as mídias sociais trouxeram novos desafios para os professores, eles relatam diferenças significativas no acesso a estas tecnologias entre alunos de baixa e alta renda familiar.
A pesquisa vem do Pew Research Center, que entrevistou mais de 2.400 professores no final 2012. 
Quando perguntado sobre o impacto da internet e da tecnologia na educação em sua profissão ...
  • 92% dos professores disseram que a internet tem um "grande impacto" na sua capacidade de acessar conteúdo, recursos e materiais para as aulas.
  • 57% disseram que a tecnologia tem um grande impacto em sua interação com os alunos.

A pesquisa constatou que as ferramentas educacionais tecnológicas são amplamente utilizadas em salas de aula e nas atividades, e uma grande maioria dos professores estão satisfeitos com o apoio da tecnologia e dos recursos que recebem de suas escolas. 

A tecnologia móvel tornou-se central para o processo de aprendizagem, com 73% dos professores dizendo que eles ou seus alunos usam dispositivos móveis em sala de aula ou em casa para completar as tarefas. Quase 50% dos professores apontaram o uso de  tablets.
Professores de alunos de baixa renda, no entanto, são muito menos propensos do que professores de alunos de alta renda a usar tablets (37% contra 56 %) em suas salas de aula.
Apenas 15% dos professores cujos alunos são de famílias de alta renda dizem que sua escola está "defasada" na utilização eficaz da tecnologia no processo de aprendizagem, enquanto 39% dos que lecionam para alunos de famílias de baixa renda classificam sua escola como "defasada".
A disparidade não apenas se manifesta na escola: 50% dos professores dos alunos de maior renda afirmaram que todos os seus estudantes têm acesso às ferramentas digitais que precisam em suas próprias casas. Esta afirmação cai para apenas 3% entre os professores dos alunos mais pobres.
O acesso ou não à internet, em casa, contribui para a diferença no desempenho dos alunos, segundo declaração de 56% dos professores. 
(com base nos dados do artigo dos editores do eschool news de abril 2013)