segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Julgamento de Deus, o filme

 



Elie Wiesel, prêmio Nobel da Paz,

Você dá voz aos mortos que não falam mais!

Eu, Montanari, peregrino metido a poeta,

Sinto o peso do mundo neste filme.


Holocausto! Palavra que range nos dentes da História,

Como conciliar Deus com tamanho horror?

Eu, que sou tudo e nada, que vivo para sentir,

Pergunto-me: onde estava Deus nas câmaras mortíferas?


Wiesel, você nos convida a um tribunal imaginário,

Onde o réu é o próprio Deus, omnipotente.

Mas que juiz pode julgar o que não se compreende?

Que sentença pode cair sobre quem tudo pode?


A fé se esfarela nos campos de concentração!

A crença se desfaz como fumaça de cremação!

Eu, que não creio em Deus, senti o vazio da Sua ausência,

E gritei contra o silêncio da Sua indiferença!


No Caminho de Santiago percebi um contraste

Algumas pessoas buscam significados sagrados,

Outros, como eu, a simplicidade do caminhar.

O Caminho reflete o que se encontra dentro de cada um.


A Humanidade sempre a buscar sentido

No caos, no horror e também no Caminho.

Eu, simples mortal sem alma, sinto tudo isto,

E no meu sentir, o mundo inteiro assisto.


Que Deus é este que permite tal sofrimento?

Que fé é esta que resiste ao tormento?

Eu, fragmento do universo que pensa e sente,

Admiro Wiesel jamais esquecido.

Montanari

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