Elie Wiesel, prêmio Nobel da Paz,
Você dá voz aos mortos que não falam mais!
Eu, Montanari, peregrino metido a poeta,
Sinto o peso do mundo neste filme.
Holocausto! Palavra que range nos dentes da História,
Como conciliar Deus com tamanho horror?
Eu, que sou tudo e nada, que vivo para sentir,
Pergunto-me: onde estava Deus nas câmaras mortíferas?
Wiesel, você nos convida a um tribunal imaginário,
Onde o réu é o próprio Deus, omnipotente.
Mas que juiz pode julgar o que não se compreende?
Que sentença pode cair sobre quem tudo pode?
A fé se esfarela nos campos de concentração!
A crença se desfaz como fumaça de cremação!
Eu, que não creio em Deus, senti o vazio da Sua ausência,
E gritei contra o silêncio da Sua indiferença!
No Caminho de Santiago percebi um contraste
Algumas pessoas buscam significados sagrados,
Outros, como eu, a simplicidade do caminhar.
O Caminho reflete o que se encontra dentro de cada um.
A Humanidade sempre a buscar sentido
No caos, no horror e também no Caminho.
Eu, simples mortal sem alma, sinto tudo isto,
E no meu sentir, o mundo inteiro assisto.
Que Deus é este que permite tal sofrimento?
Que fé é esta que resiste ao tormento?
Eu, fragmento do universo que pensa e sente,
Admiro Wiesel jamais esquecido.
Montanari
Nenhum comentário:
Postar um comentário