Ontem estive em São Paulo num shopping center classe A.
Almocei comida mexicana, tomei um expresso numa livraria enquanto folheava 3 livros que havia separado para comprar. Felizmente, só comprei 1 (pouco antes de chegar ao caixa, devolvi os outros 2). Por muito pouco, não troquei meu celular, que funciona muito bem e tem só 1 ano e alguns meses de uso. Uma de minhas lojas prediletas anunciava descontos de até 70%. Entrei, e com muito pesar, me contive. “Só” levei 2 garrafas de um cabernet sauvignon chileno e 1 malbec argentino... Antes de voltar para casa, de carro é claro, passei numa badalada cafeteria para tomar um frapuccino (venti!). Sem falar que durante a perigrinação entrei duas vezes numa loja de informática para namorar um laptop em carcaça de alumínio, bateria retangular (o supra-sumo da tecnologia), que num futuro próximo, desejo que substitua meu core2duo comprado há menos de 1 ano...
Como o consumo exerce um fascínio descabido nas pessoas...
Sempre que saio para fazer compras, procuro lembrar da minha “pegada ecológica” (ecological footprint). Esta medição me alerta “quantos planetas Terra seriam necessários, se todos os habitantes da Terra tivessem o mesmo padrão de vida que eu levo”.
Todos deveriam calcular sua “pegada ecológica”. Para os interessados:
http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/
Apesar de toda a miséria dos países africanos e do baixo consumo dos países em desenvolvimento, nós , em 1 ano, consumimos recursos (e geramos resíduos) que a Terra leva 1,3 anos para produzir (e absorver).
Se todos os habitantes do planeta adotassem o estilo de vida americano, seriam necessários quase 5 planetas Terra...
A veneração do consumo está muito errada, mas não temos consciência disto!
Não é a tôa que todos os filmes que retratam o futuro mostram o caos, a devastação, a decadência da humanidade: Nossas expectativas se realizam antés em nossas mentes...
Como não estarei aqui daqui a 50 anos, devo me preocupar?
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