terça-feira, 23 de outubro de 2018

Eutanásia

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A mãe de um colega está com Alzheimer.
Muito triste.

Não consegue se alimentar sozinha. 
Fica confusa, grita, quer fugir, tem delírios…
Precisa de cuidadora o tempo todo.
Quando não quer comer ou se trocar, grita a se ouvir de longe…
“Socorro, socorro, me acuda…”

Sou a favor da eutanásia.
Viver e morrer com dignidade é direito de todo ser humano. 

Eutanásia é um dos temas do meu livro:
"Reflections of an atheist" - Amazon books.

Infelizmente, no Brasil, com políticos populistas e retrógrada bancada religiosa a eutanásia nunca será legalizada.

Ao ouvi-la ontem me fez pensar:
“…o que seria de mim se não puder ouvir minhas músicas…
Se não puder sonhar com o amanhã, fazer meus pães, rir e me emocionar com filmes natalinos…”
Não, não quero isso para mim…
Espero que esse país evolua. 
Legalize o aborto e a eutanásia. 

A vida é preciosa demais para ser medíocre.
Na foto, eu com 100 anos... Até lá espero que o Brasil mude...

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Embriagados pela Música


A morte repentina, semana passada, aos 60 anos de meu colega prof. Moacir Xavier da FAECO aflorou lembranças do meu passado… 
Em especial, do meu grande amigo Fernando.
Crescemos juntos. Foram mais de 50 anos…
Quando tínhamos uns 12 anos fizemos um pacto de sangue… cortamos nossos pulsos (na verdade um arranhão dolorido) para “selar com sangue nossa amizade para sempre”.
Seguimos caminhos diferentes, mas nunca perdemos contato e admiração um pelo outro. Tomamos muitas cervejas juntos. Nossos assuntos preferidos eram política, religião e música…
Ele dizia que éramos os únicos que conhecia que ficavam “embriagados pela música”. Não precisámos encher a cara para sentir aquela sensação de êxtase que as pessoas procuram via bebida ou drogas. “Somos privilegiados…”.
Um de nossos últimos encontros foi na Pizzaria Paineiras antes dele se mudar para o Nordeste. (A pizzaria também não existe mais).
Nosso tema: o futuro, nossas “bucket list” (a lista do que se pretende fazer antes de morrer). 
“Somos jovens… a vida começa aos 60… mas, chegou a hora de levar a sério a lista…”.
Achávamos que morreríamos velhos, muito depois dos 80 em alguma cama de hospital… 
Daí surgiu o que deveria ser a última ação das nossas 'listas':
"Quem adoecesse gravemente primeiro deveria fazer o outro ouvir sua 'música escolhida' para aquele momento final. Mesmo que estivesse com  Alzheimer ou em coma". 
Ele havia escolhido “Gloria" de Vivaldi e eu  Réquiem de Mozart.  Infelizmente, sua morte repentina não permitiu cumprir minha parte do trato…
Minha lista está andando… mais um, menos um item da lista… a lista é longa… quanto vou realizar? Não sei… sei que não quero partir com a sensação do “deveria ter feito”.
Infelizmente, o querido prof. Moacir partiu cedo demais… estava envolvido em tantas atividades…  E esta partida antecipada me chocou e faz sentir que a decisão de priorizar minha bucket list esta correta.

Continuo “embrigado" pela música… e escrevo este post ouvindo “Dixie Dominus" de Handel.