Ah! espetáculo grotesco da atual política televisionada!
Como pode a multidão inculta, não ver o engodo?
Funcionários públicos, outrora íntegros, agora cúmplices do crime,
Lavando dinheiro sujo nas fontes da burocracia!
E aqueles que se consideram seguidores de Cristo
Defendem o uso de armas e aceitam a guerra de Gaza?
Apoiam corruptos, aplaudem torturadores,
Cujas mãos, antes em prece, agora manchadas de sangue!
Patriotas! Que ironia! Alienados da própria pátria,
Cegos por bandeiras de outros países que não representa o povo.
E aqueles, humilhados e pobres, que contradição!
Votam nos que os oprimem, nos que os roubam o pão.
Ah, pastores! Como caíram tão baixo?
Vendem a salvação como mercadoria barata,
Trocam o púlpito pela urna, a Bíblia pelo panfleto,
Entoam cânticos que hipnotizam as massas cegas.
Redes sociais! Teias de aranha digital
Que aprisionam os explorados, os marginalizados,
Alinhando-os como soldadinhos de chumbo
Na grande farsa da democracia virtual.
E os eleitores! Como podem ser tão ingênuos?
Acreditam serem inocentes nesta crise que os devoram,
Enquanto os falsos profetas, os políticos-messias,
Vendem a ilusão de uma pátria redimida.
Não! Eu não sigo esta maioria demente!
Minha vida de peregrino metido a poeta, incompreendida,
Empurra-me para longe desta farsa colossal.
Sinto em cada verso, em cada rima rebelde,
O peso desta falsidade que me sufoca,
Que me faz gritar em silêncio contra esta loucura!
Quando o Brasil, e o mundo atual acordarão
Deste pesadelo camuflado de salvação?
Eu, professor aposentado metido a poeta,
Observo, registro e denuncio esta insanidade!
Pois só a poesia, em sua loucura lúcida,
Pode desmascarar os mágicos ditadores
Que enfeitiçam as massas com promessas vãs!
Montanari
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