O sistema de bônus dos presidentes das empresas de capital aberto dá MUITO que pensar.
Em 2006, John Mack, CEO da Morgan Stanley, recebeu US$ 40,2 milhões de bônus.
Em 2007, Lloyd Blankfein, CEO da Goldman Sachs, recebeu quase 70 US$ milhões.
Simplesmente por assumir o comando da Merrill Lynch, o novo CEO, John Thain, recebeu em dinheiro, um bônus de US$ 15 milhões.
Richard Fuld, CEO da Lehman Brothers, recebeu em 2007, U$35 milhões de bônus e, no ano seguinte, por sua gestão irresponsável levou a falência uma empresa de 158 anos!!!
Todas estas empresas têm algo em comum: resultado desastroso em 2008 (que desencadeou uma avalanche na economia mundial).
A quem estes CEO´s estão servindo? A empresa que lideram, seus milhares de acionistas ou a si mesmos?
Tanto se fala de “Líder Servidor” e “Liderar é Servir” que um confronto com a realidade nos induz a acreditar que os autores destes livros de administração moderna são mais poetas do que qualquer outra coisa.
Como o sistema pode permitir falhas tão grandes e premiar com recompensas enormes fracassos anunciados?
Será que não aprendemos que “there is no free lunch?”. Alguém sempre vai pagar a conta. Cedo ou tarde. Com mais ou menos juros!
Estes fatos se referem a empresas privadas que ficaram em evidência nos últimos meses por gestão incompetente, mas, será que é diferente a gestão de instituições municipais, estaduais e federais, especialmente em países do 3º mundo, incluindo o nosso?
Quando vemos, na TV, notícias sobre celulares nas cadeias públicas, desvio de verba na área da saúde, venda de carteira de motorista, políticos envolvidos em escândalos, questionamento sobre enriquecimento ilícito, superfaturamento de obras, não estamos recebendo mais uma confirmação de falha no sistema? No sistema que permite, que não pune e que, até recompensa líderes incompetentes que se servem das instituições em benefício próprio?
Como mudar isto, se até nossos representantes, que fazem e gerenciam as leis, que estão para servir a comunidade, se servem do sistema em benefício próprio em detrimento de outros?
Quanto mais eu conheço o mundo e as pessoas, mais eu vejo como estamos atrasados no nosso desenvolvimento (humano). Mais eu vejo como não se pode ganhar, em detrimento de outros. A conta vem com juros! Mais eu vejo que os escritores da administração moderna não são poetas, mas visionários. Mais eu tenho a certeza que o futuro depende das novas gerações. Quantas gerações? Eu não sei, mas, tenho a certeza que o número de pessoas conscientes está aumentando. Quando atingirá a massa crítica? Não dá para estimar.
Quanto mais jovens fizerem seus MBA´s e estudarem “os poetas” da administração moderna que pregam a relação ganha-ganha, o respeito às pessoas, que pregam que “liderar é servir” e “fazer os outros crescerem”, que pregam que todo líder deve deixar como legado, entidades éticas e auto-sustentáveis, mais chances teremos de mudarmos o sistema distorcido e injusto atual.
Até lá vamos continuar vendo e lendo notícias que confirmam que a regra da liderança é: “servir-se” e não “servir”!
Coragem!
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