sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Bill Gates, o controle populacional e a emissão de CO2

Monta, você viu como Bill Gates está sendo criticado por causa da sua fórmula matemática que explica como reduzir o aquecimento global via redução da emissão de CO2?

Sem me dar a chance de responder, Fernando dispara a comentar:

A emissão de CO2 depende de 4 fatores:

CO2 = P x S x E x C

P= PESSOAS

S= SERVIÇOS

E = ENERGIA POR SERVIÇO

C = CO2 POR UNIDADE DE ENERGIA

P significa pessoas. Hoje somos 6.8 bilhões. Quanto maior a população, maior o consumo de energia, maior emissão de CO2...

S significa serviços. Todo mundo, principalmente, os mais pobres, desfrutarão de melhores serviços no futuro (TV´s, computadores, telefones celulares, viagens de férias, roupas da moda, jantares em restaurantes etc).

E significa energia. Todo serviço consome algum tipo de energia.

C significa CO2. Cada tipo de energia tem agregado a si maior ou menor emissão de CO2.

Após uma pausa para respirar, Fernando lança a pergunta:

O que fazer para reduzir DRAMATICAMENTE a emissão de CO2?

Eu sabia que ele não queria ouvir minha resposta. Logo em seguida dispara:

Esterilização voluntária via vacinação? Quem sabe, em vez de chegarmos aos 9 bilhões (nosso limite, segundo alguns), a humanidade possa se estabilizar nos 8 bilhões... Limitar a taxa de crescimento populacional parece impraticável. Trabalhar nesta variável da fórmula (P) é importante, mas não reduzirá significativamente a emissão de CO2. Entretanto, ALGO PRECISA SER FEITO.

Provavelmente, a humanidade chegará ao ponto de regulamentar o direito que as pessoas tem de desfrutarem determinados serviços. Via educação e pesadas taxas, quem sabe, o consumo de água em garrafas PET´s e as viagens aéreas sejam reduzidos. O próprio Bill Gates tem um jato particular de 21 milhões de dólares e uma mansão de 6.000 metros quadrados... Trabalhar nesta variável da fórmula (S) é importante, mas também, não é a solução para reduzir significativamente o aquecimento global.

Já que não dá para reduzir significativamente o número de pessoas (P) e os serviços que consomem (S) é necessário que estes serviços sejam cada vez mais “limpos” no sentido de consumirem menos energia (E) para serem produzidos. A humanidade precisará ser muito mais eficiente, gerar menos resíduos, desperdiçar menos matéria prima. Consumir menos energia por serviço.

No Brasil, por exemplo, a construção civil é um absurdo. Estima-se que o desperdício chegue a 20%. De cada 100 casas, outras 20 poderiam ser construídas. Nossas ruas e avenidas são “asfaltadas” com freqüência, porque não foram bem feitas da primeira vez... Nosso modismo consumista nos induz a trocar de aparelho celular todo ano... Nossas roupas e sapatos são descartados muito cedo. Temos políticos demais, consomem muito e produzem pouco. Cada grama de energia precisa gerar um serviço útil!

E finalmente, chegamos ao C, emissão de CO2 por tipo de energia. Em vez de apostar todas as fichas no pré-sal, deveríamos considerar a energia solar e eólica.

A devastação de nossas matas para produzir carvão ou para virar pasto (para transformar a energia vegetal em animal) são exemplos da utilização inadequada da Energia.

Monta, eu não entendo. Por que em vez de malharem Bill Gates, estas pessoas não aproveitam sua popularidade e sua fórmula didática para conscientizar a população que a emissão de CO2 é alarmante e insustentável?

Você não acha que estou certo?

Puxa vida, eu não tinha visto como está chovendo. Foi legal conversar com você, mas preciso ir...

E lá se foi Fernando, em baixo de chuva, mergulhado em seus próprios pensamentos.

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