Vaguei por estradas de pedras e sonhos,
Carregando nas costas o peso de ilusões douradas.
Mas foi no caminhar que despi a alma,
E vi a verdade nua diante de mim.
Não há ouro que compre o bater do vento na rosto,
Nem fortuna que se compare ao riso franco de um companheiro.
O pão dividido sabe a gratidão,
E a felicidade esconde-se nos gestos mais simples.
Ah, como são tolos os que buscam fora
O que só pode brotar de dentro deles mesmo!
Correm, afobados, atrás de miragens,
Enquanto a vida verdadeira escorre por entre os dedos.
Sinto o pulsar do mundo nas pequenas coisas,
No grão de areia, nas gotas da chuva, no suspiro do vento.
E compreendo, enfim, que a riqueza maior
É saber ver a grandeza na simplicidade.
Sou eu, peregrino metido a poeta, o mais afortunado dos homens,
Pois aprendi a ler a eternidade nos instantes,
E a encontrar o infinito nos passos da jornada.
A vida simples é meu tesouro, minha conquista suprema.
Montanari

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