sexta-feira, 26 de setembro de 2025

O Peregrino da Simplicidade

 


Vaguei por estradas de pedras e sonhos,

Carregando nas costas o peso de ilusões douradas.

Mas foi no caminhar que despi a alma,

E vi a verdade nua diante de mim.


Não há ouro que compre o bater do vento na rosto,

Nem fortuna que se compare ao riso franco de um companheiro.

O pão dividido sabe a gratidão,

E a felicidade esconde-se nos gestos mais simples.


Ah, como são tolos os que buscam fora

O que só pode brotar de dentro deles mesmo!

Correm, afobados, atrás de miragens,

Enquanto a vida verdadeira escorre por entre os dedos.


Sinto o pulsar do mundo nas pequenas coisas,

No grão de areia, nas gotas da chuva, no suspiro do vento.

E compreendo, enfim, que a riqueza maior

É saber ver a grandeza na simplicidade.


Sou eu, peregrino metido a poeta, o mais afortunado dos homens,

Pois aprendi a ler a eternidade nos instantes,

E a encontrar o infinito nos passos da jornada.

A vida simples é meu tesouro, minha conquista suprema.

Montanari


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