Viajar só é preciso.
O destino?
Qualquer que seja este destino, esta jornada será sempre um encontro consigo mesmo.
Foi o que aconteceu comigo quando, sentado lá em Nordkapp, no chão, ouvindo as músicas que amo e vendo o sol da meia noite!
Tive a oportunidade de refletir como foi importante para mim aquela viagem solitária de triciclo.
Como me sentiria se nunca conseguisse realizá-la?
Depois dos 65, a consciência da morte me afetou de forma muito profunda. Senti a necessidade de me libertar da rotina e dedicar o maior tempo possível para realizar aqueles sonhos sufocados pelos compromissos cotidianos:
-Uma longa viagem solitária;
-Percorrer o Caminho de Santiago novamente;
-Ver a Aurora Boreal;
-Visitar a Universidade de Uppsala na Suécia para apaziguar a mágoa de não ter utilizado a bolsa de estudos que ganhei após a conclusão do curso de graduação;
-Escrever outro livro;
-Brincar com meus netos.
Quantas pendências ainda preciso eliminar para partir com serenidade?
Para um ateu, como eu, que reconhece o imenso valor de estar vivo, de possuir a capacidade de poder pensar, sentir e se emocionar, a responsabilidade de querer deixar de existir é enorme.
Quando minha lista de sonhos a realizar for a zero, qual a razão para eu continuar vivendo?
Reconheço que não vivo para servir outros. Sou escravo de mim mesmo. Sou prisioneiro de minhas necessidades e sonhos, mas de forma alguma, ficaria ou seria feliz causando sofrimento ou prejudicando outros. Meus valores morais guiam minhas ações.
Minha vida só tem sentido se estiver enriquecendo meus sentimentos e experiências alinhada com minha visão de mundo.
Olhando aquele espetáculo da natureza, senti que tenho, ainda, muito que crescer, aprender e viajar...
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