domingo, 25 de outubro de 2009

O usuário é culpado

Nunca vi o Walter tão exaltado.

Neste sábado falei com ele no Skype.

Me disse que, lá em Chicago, os últimos acontecimentos no Rio foram muito comentados. A derrubada do helicóptero pelos traficantes e as 40 mortes da semana reforçaram o sentimento da publicidade enganosa apresentada em Copenhague (que culminou com a escolha do Brasil como sede dos jogos Olímpicos de 2016).

“A realidade é bem diferente...”

“A propaganda está muito mais próxima do sonho do presidente Lula do que da realidade...”

“O Rio merecia ganhar? A situação em 2016 será diferente?”

Walter acredita que há muita hipocrisia na mídia por mostrar somente um lado do problema. “O usuário não tem responsabilidade alguma?”

Artistas, cantores, usuários da zona sul são apresentados em programas de televisão com muita complacência, como vítimas ou como heróis que enfrentaram o problema após anos de dependência...

“Se você comprar material roubado você é considerado receptador, criminoso. Se você comprar drogas de um traficante assassino, você é classificado “doente”, “dependente”. Faz sentido?”.

Se a justiça não permite punir o usuário, a mídia poderia ser menos tolerante.

Walter é radical neste tema.

“Se você tem um amigo usuário (mesmo eventual) você tem um amigo igualmente criminoso, que tem sangue nas mãos, que ajuda o traficante a apertar o gatilho.

Seu amigo alimenta a violência irresponsavelmente.

Se afaste dele...”

Grande Walter, você tem razão.

Somos muito tolerantes com desvios de conduta. Somos muito tolerantes com a incompetência de nossos dirigentes. Somos muito tolerantes com a mediocridade, somos muito tolerantes com a baixa performance.

Por isto elegemos e reelegemos corruptos, admiramos demagogos e achamos que tudo vai bem...

Afinal de contas, Deus é brasileiro, no final tudo dá certo...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lula, o Brasil não precisa de que um ”Gerente Competente”. Precisa de um Líder de Verdade


Um líder que articule uma visão, que aponte uma direção e defina a realidade.

Uma dos atributos da liderança é a AUTENTICIDADE.

Um líder de verdade é a personificação da mudança que quer ver. Mais do que ninguém, ele sabe que os fins nunca justificam os meios.

Gandhi disse a seus seguidores que pela causa (da liberdade) estaria disposto a morrer e que não existe causa que estaria disposto a matar.

Como líder mostrou coerência com seus princípios, em todos os seus atos.

Um líder cria ressonância positiva, inspira as pessoas e motiva-as a trabalharem para um futuro melhor.

Stacy Allison, a primeira mulher americana a subir o monte Everest disse que “o líder serve as pessoas criando um propósito, tendo uma direção e um foco claro”.

Max de Pree disse que um líder precisa deixar uma “herança” por onde passa. E por herança, ele se refere aos valores e princípios do líder.

Um verdadeiro líder não troca seus princípios por votos ou apoio.

Dá para confiar em Dilma?

Dilma cria esta ressonância positiva? Consegue mobilizar o País?

Sua vida serve de modelo e inspiração para nossa juventude?

Consegue demonstrar que tem um propósito nobre?

Dilma deixou alguma “herança”? É diferente de outros políticos?

Alguém, com um mínimo de discernimento acredita que o mensalão não existiu?

Infelizmente, Dilma, você pode ser uma excelente gerente, mas, está longe de ser o presidente que o Brasil precisa.

Não perdi as esperanças. Um dia teremos um presidente (mesmo não ganhando prêmio Nobel) considerado um líder integro, competente, admirável que mobilizará as pessoas rumo à mudança que este país tanto precisa.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O dia das crianças, o sonho dos pais e a Curva do Berço


“O sonho de qualquer pai assalariado é que seu filho trabalhe na Google. O do meu pai era que eu trabalhasse na GM ou na Ford”, comenta Fernando.

“Outros tempos, outros valores. Ainda bem que eu não segui o conselho dele...”

Falamos muito sobre crianças neste 12 de outubro. Eu, me recuperando da gripe (suína?) e ele da perda de seu pai.

“Pais acham que sabem o que é melhor para seus filhos, mas se esquecem que suas referências foram construídas com histórias de sucesso e fracasso do passado...

A velocidade das mudanças está cada vez mais rápida... O ideal não é mais dizer que caminho seguir, mas as premissas para o sucesso ou fracasso! E, também o que significa sucesso ou fracasso...

Nesse ponto, lembramos da Curva do Berço, criada por Fernando há muitos anos atrás.

“Quem a conhece?”

A Curva do Berço nos mostra que a futura renda familiar média está intimamente ligada a “qualidade” do berço desta pessoa ao nascer.

Este gráfico é uma curva média. Importante lembrar que existem casos acima e abaixo da média. E que o perfil da curva também está mudando.

Mais importante ainda, é saber quais fatores levam uma pessoa a estar acima ou abaixo da média. Infelizmente, nem todos os fatores são controláveis. Fatores externos como oportunidade e sorte não podem ser desprezados. Mas, o mais importante são os fatores internos, que dependem da pessoa.

Neste ponto, os pais podem contribuir, e muito, com a futura renda familiar de seus filhos. “Não fazendo como meu pai fazia comigo, martelando a velho chavão: Estude se quiser ser alguém na vida!”

Por alguém, a geração dele queria dizer, ser médico, ser engenheiro ou mesmo ter um bom emprego numa empresa de renome.

Os pais da atualidade têm uma missão mais complexa. Precisam trabalhar com as crianças os fatores críticos para se obter ganhos acima da média. Precisam criar condições para que seus filhos sejam pessoas emocionalmente ajustadas, com valores bem definidos, pessoas determinadas, focadas e resilientes...

“Esta minha curva reforça como os pais, sem saberem, condenam seus filhos a um futuro medíocre...”

“Se soubessem, ou tivessem consciência, não teriam filhos”!

Coragem!

“Feliz dia das crianças!”







terça-feira, 6 de outubro de 2009

Compartilhar, este é o segredo!




Semana passada tive a oportunidade de assistir o filme “Na Natureza Selvagem”, dirigido por Sean Penn. Muito interessante.

Vale a pena assistir, não só pela música e pela fotografia, mas principalmente, pelas mensagens. A minha predileta: “A felicidade existe só se for compartilhada”.

Acredito piamente que a “Necessidade” é a “Força Motriz” do Universo.

É a “falta” que nos move, o “vazio”, a “carência”.

Precisamos nos “completar” para continuar existindo (este impulso está acima da nossa vontade).

Por isto, a “procura” incessante.

Alguns tentarão se “completar” com o “poder”, outros com o “status”, outros com a “religião” ou com a busca do “prazer” ou “bens materiais”. Existem muitas alternativas valorizadas ou rejeitadas socialmente.

O problema é que muitos não têm a oportunidade de refletir e entender a extensão do significado desta força que nos move.

A compulsão pela ação os cegam. São direcionados e controlados pela tremenda “carência”. Carência que faz com que “aconteçam”, “realizem”, “produzam”...

Poucos conseguem enxergar e sentir que a vida oferece mais do que “satisfazer” esta “necessidade” transcendental.

Somos privilegiados por temos lampejos de entendimento da nossa existência.

Infelizmente, para Hirsch (interpretando um caso real), só aconteceu com sua morte.

Vale a pena assistir e conferir.

domingo, 4 de outubro de 2009

A Transição e o Futuro









O pai do Fernando faleceu ontem de madrugada aos 82 anos.

Seu último dia foi como sempre viveu, “curtindo” cada momento da sua existência. Seu último pedido antes de perder a consciência: “meu mp3 a todo volume tocando Réquiem de Mozart”...

Nestes 2 últimos dias ficamos com ele quase todo o tempo.

Apesar da dificuldade para falar, não perdeu a oportunidade para ensinar mais uma lição. Nos falou da Transição.

“Transição faz parte da existência... Transições significativas nunca são fáceis... não existe certeza. Existe risco e dúvidas. Precisamos estar preparados para conseguir tirar proveito de cada nova fase”.

...Vemos transição em todo lugar, na política, na educação, na economia e na nossa vida pessoal...

A transição nem sempre é para melhor...

Nestes últimos tempos, a educação tem me preocupado muito (ele era professor)... Vejo tantos jovens perdidos, desperdiçando suas vidas...

Vejo cada crime na TV, quanta barbaridade!

Muitas pessoas não “estão” humanas. Fizeram a transição ao contrário... Não têm a capacidade para entender o significado do estar aqui, do privilégio de poder ver, sentir... Ouvir uma música... A música, a mais nobre criação do homem...

Quanta insanidade... Pessoas fazendo a mesma coisa, dia após dia, e esperando um resultado diferente! Estas pessoas precisam acordar... e, nascer para a vida...

...Eu? Fui feliz. As transições nunca me assustaram...

Agora, só quero ouvir música...”