segunda-feira, 25 de junho de 2018

Educação, dá para competir?

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Ontem fez 5 anos que meu amigo Fernando morreu.
Não sei porquê mas me lembrei de uma das grandes discussões que tivemos:  
“Brasil, me engana que eu gosto”.
Eu, engenheiro, ENFP e neoliberal; Fernando, cientista social pela USP, INTJ e socialista.
Víamos a vida e o mundo de forma completamente diferente, mas éramos grandes amigos. Crescemos juntos. Vizinhos, frequentamos a mesma escola primária, o mesmo ginásio e os 2 primeiros anos do colegial no Américo Brasiliense de Santo André. Apesar de termos feitos escolhas de profissões diferentes nossa amizade nunca diminuiu.
Entre uma cerveja e outra discutíamos o nosso universo de diferenças. Educação Universitária no Brasil foi uma de nossas últimas discussões…
Eu, dizia que no Brasil, Universidades Públicas foram feitas para a elite e não estavam cumprindo seu papel social. Acreditava que as Universidades deveriam ser Públicas na Gestão, mas PAGAS por aqueles alunos de alto poder aquisitivo. Somente os alunos de famílias que não tivessem condições financeiras adequadas deveriam ter bolsa de estudo 100%.
Claro que ele defendia um estado mais intervencionista, com maior controle da economia e Ensino Ensino Público para todos…
Me lembro que eu gostava de usar frases do tipo: “Multiplicação dos pães só na Bíblia"… "Do nada, nada pode vir"… "Se a base não for boa, nenhum castelo se sustenta”…   
E ele reagia: “…frases de parachoque de caminhão…" 
Lembro que contei minha experiência na Universidade de Chicago:
“… entre professores e pesquisadores, 90 ganharam prêmio Nobel… e  6 ainda dão aulas lá… O Brasil, não tem 1 Prêmio Nobel…”. 
Lembro-me como se fosse hoje que minha fala de como que eu me matriculei nas disciplinas eletivas o aborreceu: 
“…3 professores davam aulas de uma das disciplinas que eu queria fazer (Liderança). Eu assisti a palestra dos três. Cada um deles explicou o porquê deveríamos nos candidatar à aula dele. Eles falaram sobre o programa, suas experiências profissional e acadêmica, sobre os tópicos que davam mais ênfase etc. Ai eu entrei na intranet da Universidade e analisei a avaliação Institucional de cada professor feita pelos alunos. 
Neste ponto, eu estava pronto para escolher o professor e me candidatar  à aula dele… O sistema funcionava assim: dependendo da sua performance acadêmica, você tem pontos suficientes para ser aceito ou não. Ou seja, os melhores alunos tem prioridade na escolha do professor…”. 
“…Outro ponto, TODAS as aulas eram avaliadas. O professor, no final da aula, passava uma folha com um questionário padronizado sobre a performance dele naquela aula. Na aula seguinte, antes de começar o conteúdo do dia, ele dava o Feedback da avaliação da aula anterior e quando fosse o caso, se justifica e/ou explicava as dúvidas. No final do módulo, uma avaliação completa era feita pelos alunos e entregue diretamente ao coordenador do curso por uma aluno da sala. Esta era a avaliação publicada na Intranet…”. 
"Outro ponto relevante?" 
"…O sistema de notas… Eles adotavam o princípio da “curva forçada”.  Que induz ao “Coopetition”: Cooperar e Competir. Como funcionava? 20% dos alunos com as notas mais altas recebiam o conceito A. 20% dos com as notas mais baixas recebiam o conceito C. O restante, o conceito B… O problema é que, para ser aprovado no curso, você não poderia ter 7 conceitos C (Naquela época eram 22 disciplinas)… A média era composta por uma nota de prova individual (peso 6) e por uma nota de trabalho em grupo (peso 4)… Neste sistema, você nunca sabe quanto seus colegas estudaram… o que te força a estudar mais (competição). Como parte da nota é de trabalho em grupo, você aprende a cooperar…”
"Mais alguma coisa?"
“…Na primeira semana, antes das aulas iniciarem, teve um ciclo de palestras e dinâmicas de grupo com cada turma para aumentar a integração. Numa das palestras foi feito a avaliação do perfil psicológico (MBTI)… outra palestra interessante foi sobre como fazer apresentação… outra atividade, na verdade um trabalho em grupo, tivemos 24 horas para fazer um Business Plan e apresentá-lo. Neste, nos reunimos no apto de um dos membros do nosso grupo. Dormir era para os fracos… E… a última palestra era para os alunos falarem de seus países (cerca de 30% dos alunos eram estrangeiros). Eu falei sobre o Brasil e um pouco da minha vida pessoal e profissional”…
"Tem mais?”
“…Outra coisa foi a organização… Nesta semana de integração, já no primeiro dia recebemos  a carteira de estudante e 3 manuais.
O primeiro manual (Student Directory) tinha a foto, o email, o número de telefone de TODOS os alunos (MBA e PhD students) daquele período.
O segundo manual (Student Information Manual), 113 páginas sobre os serviços para os estudantes da Universidade, as políticas e informações úteis.
O terceiro manual (A Selective Guide to Life in and Out of Hyde Park) sobre entretenimento, restaurantes, compras e serviços disponíveis na Universidade e bairro onde estava localizada…”.

"OK. Tá querendo me aborrecer com a comparação?”. 
"…Além disso…todos alunos tinham um escaninho com seu nome para receber correspondência, notícias e o mais importante, proposta para entrevista de emprego… Por ser brasileiro recebi algumas propostas de entrevista para trabalhar na América Latina…”.
“…Me lembro que quando estudei lá, o ranking da Universidade, publicado pela Business Week, caiu 5 pontos. Era a 5a melhor e caiu para a 10a posição…”. 
(Hoje é a 4a melhor pelo mesmo ranking).
“O que aconteceu?… Os alunos pararam as aulas… Tivemos uma reunião com o Reitor que na assembléia disse que contrataria um Dean-Auxiliar especificamente para tratar este assunto…"

"Este ranking é muito importante, pois ele contribui para com a empregabilidade e o valor do salário. Alunos das melhores Universidades têm os melhores empregos e recebem os melhores salários… O crescimento na carreira e no salário são as maiores propagandas das boas Universidades…
Das 85 melhores Universidades americanas, ex-alunos do MBA da Universidade de Chicago tem o 4o melhor salário… (anexei um gráfico)”.

“…O modelo de gestão da Universidade é muito interessante… É uma Fundação Privada sem fins lucrativos. Possui 8,5 bilhões de dólares em ativos líquidos (dados atuais)… Tem 6.286 alunos de graduação e 10.159 alunos de pós-graduação e 2.377 professores de tempo integral …" 
“…Investe pesadamente em pesquisa… 49% da sua receita provém de  doações… O prédio do curso de pós-graduação em administração foi construído basicamente com doação de ex-alunos. (em 2007 - voltei para visitar a Universidade e tirei a foto que anexo a este texto)…”

OK. Entendi… Não dá para competir… Vamos tomar outra cerveja…



quarta-feira, 20 de junho de 2018

Instituição em crise e a automedicação.

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Se você  tem um problema grave no Coração, com certeza não  irá procurar  um Nefrologista, por melhor que ele seja. 

Para solucionar o problema de uma Instituição em dificuldade é preciso de expertise nesta área. Não basta mestrado, doutorado ou pós  doutorado em outras áreas.

Se estes profissionais bem intencionados, mas não qualificados, não errarem no diagnóstico, muito provavelmente irão errar  no remédio ou na dosagem.

Para uma Instituição com graves problemas de caixa e num ambiente hostil só existe uma solução,  a adoção da estratégia correta. Neste caso, a abordagem da Estratégia Renovadora.

Quem afirma isto são os maiores especialistas do mundo, nesta área.

Óbvio que se houver uma Entidade disposta a financiar a ineficiência de uma Instituição, nada deste procedimento se aplica.

E qual seria este procedimento?

Primeiro ciclo: redução drástica e eficaz de custos. 
(Claro, sem matar o paciente, com a eliminação de seus recursos essenciais).

Muitos pacientes morrem por subestimarem a dosagem deste remédio. 

E, por não entenderem o que é essencial preservar e o que é necessário eliminar.

A complacência é um hábito enrraigado em muitas organizações...
A falta do senso de urgência, a procrastinação de medidas duras e a falta de envolvimento das lideranças é comum em Instituições Suicidas (por tomarem o remédio errado).

Segundo Ciclo: Investir no Crescimento!
Este ciclo exige foco e a adoção da abordagem estratégica correta.
Normalmente é um processo lento. Exige diagnóstico correto dos recursos internos e do ambiente externo. 

Resumindo: 
Normalmente  o autodiagnóstico e a automedicação não é a melhor solução em casos críticos e emergenciais.
Se os sintomas não desapareceram com as primeiras medidas tomadas no passado, está na hora de aceitar e apoiar a opinião de um especialista, antes que seja tarde demais.
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terça-feira, 19 de junho de 2018

Equilíbrio.



Há muito tempo decidi investir em moderação extrema. 

Eu faço tudo com a intenção deliberada de encontrar um equilíbrio entre dois extremos - não fazer nada e fazer demais. 


Eu quero fazer um trabalho razoável nas diferentes partes da minha vida e um trabalho brilhante no equilíbrio entre todos elas.



                                                                    Avivah Wittenberg-Cox

domingo, 17 de junho de 2018

Seis coisas que você precisa saber sobre o Futuro do Trabalho



1. "Analytics" são tendências
Ser capaz de fazer inferências, fazer conexões inesperadas e identificar tendências gerais são uma vantagem competitiva. No século 21, dados são o maior patrimônio de um empregado. Da produção de madeira à criação de conteúdo, você não pode chegar a lugar nenhum sem analítica.

2. Matemática é uma grande vantagem
Goste ou não, os números estão aqui para ficar. Nos próximos quatro anos, 70% das vagas de emprego darão importância significativa à matemática e às habilidades numéricas. A capacidade de administrar informações quantitativas e espaciais em sua tomada de decisão (ver: analytics) contribui para o sucesso da carreira.

3. As empresas querem flexibilidade
A demanda por habilidades especializadas diminuirá em comparação com a demanda por trabalhadores adaptáveis que estão prontos para aprender coisas novas. Esta lição está prestes a se tornar mais importante em muitas linhas de trabalho, à medida que o ritmo da adoção da tecnologia aumenta. Seja aberto a mudança ou você corre o risco de ficar para trás.

4. Ser Digital não é negociável
Os seres humanos ainda estão no banco do motorista, mas as máquinas estão se armando. Codificação é uma faceta avançada, mas mesmo a alfabetização digital básica pode fornecer uma enorme impulsos na produtividade que os empregados não podem prescindir. Os seres humanos têm dominado novas ferramentas por milênios - não decepcione seus ancestrais da Idade da Pedra.

5. Os três C são cruciais
Comunicação, Colaboração e pensamento Crítico irão ajudá-lo em qualquer carreira - mesmo as técnicas e científicas. Imagine um engenheiro de minas que não consegue negociar com sua comunidade local ou com um médico que não consegue conversar com seus pacientes. 
Bem equilibradas, as habilidades básicas e sociais são essenciais para todas as profissões.

6. Mobilidade é uma coisa

Somos todos criaturas de hábitos, mas o futuro do trabalho é agitar as coisas. Seus pais podem ter tido trajetórias de carreira bem definidas com poucos desvios, mas sua vida profissional provavelmente envolverá voltas e reviravoltas inesperadas. A mobilidade de carreira é o novo normal e pode ser emocionante - então aperte os cintos e assuma o volante.
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