terça-feira, 14 de junho de 2022

Perigo à vista

 


O termo “transbordamento zoonótico” denomina um dos maiores perigos para a humanidade. 

Uma consequência direta da mudança climática.

A palavra zoonose vem do grego para “doença animal” e se aplica a patógenos que podem ser transmitidos entre criaturas e delas para nós. 

O HIV, o vírus que causa a AIDS, passou dos chimpanzés para os humanos, por exemplo. 

O MERS, um vírus respiratório, se espalhou para nós a partir de dromedários.

 O ebola provavelmente veio de macacos, morcegos ou ambos. 

De maneira semelhante, importamos centenas de outras doenças do reino selvagem – não menos importante, o SARS-CoV-2, que também pegamos de morcegos.

Mas o que isso tem a ver com as mudanças climáticas? 

Tudo. 

Quanto mais os animais se misturam – com outra fauna ou conosco – mais oportunidades os patógenos que eles hospedam têm de ser transmitidos, sofrer mutações e se espalhar. 

E o aquecimento global causa exatamente essa mistura.

À medida que as temperaturas médias aumentam, os animais mudam de habitat. 

As áreas úmidas tornam-se áridas; zonas frescas ou exuberantes transformam-se em desertos, e assim por diante. 

Como resultado, os animais migram de seu ambiente familiar e entram em contato com muitas outras espécies, cuja maioria nunca encontraram.

Fonte: Bloomberg 18/05/2022

Complemento com texto

"Felicidade"

Adaptado do texto “ Vittu Sinua” de Ludivik Valittu


Fuck you corruptos de esquerda, direita e centro.

Fuck you amantes do poder pelo poder.

Fuck you negacionistas da ciência.

Fuck you religiosas hipócritas.

Fuck you racistas e homofóbicos.

Fuck you anti-LGBTQIA+

Fuck you apoiadores da liberação da venda armas.

Fuck you destruidores da natureza.

Fuck you terraplanistas.

Fuck you ignorantes, apoiadores de políticos. demagogos e seguidores de religiões caça níqueis. 

Fuck you negacionistas do aquecimento global.

Fuck you negacionistas do transbordamento zoonótico.

Fuck you escoria da humanidade.

Acordem e questionem seus pressupostos.

Chove lá fora

Estou ouvindo o concerto n.2 em E, BWV 1042 de Bach

Sei o que é ser feliz

"Quanto menor o coração, mais ódio ele carrega”.

Não sinto ódio, mas desprezo daqueles que são guiados pelo ódio.

Por isso, Fuck you all.


quarta-feira, 1 de junho de 2022

Visita Inesperada

 Ontem, recebi a visita de meu falecido amigo Fernando.

Fiquei surpreso ao vê-lo à porta do meu apto:

“Cara, você não mudou nada!”.

“E você envelheceu pra caralho…e Marlene está ?”

“Não, ela foi levar os pais dela ao médico”

Sem cerimonia foi entrando: 

“Seu apto é legal… pelo jeito foi a Marlene que desenhou nesta parede…”

Na cozinha, abriu algumas gavetas e portas dos armários. Pensei que estava procurando algo,

“Posso te ajudar? Quer tomar uma cerveja?”

“Não. Estou olhando quanto de sua vida está estocada em copos e objetos de decoração…”

“Ah???!!!” 

Nem consegui reagir, e ele continuou caminhando apartamento adentro. 

Abriu a porta do armário do quarto e começou a contar quantas gravatas e paletós eu tinha…

Confesso que fiquei chateado e perguntei o que ele queria.

“Você tem muito tempo da sua vida estocada em coisas. Para que tudo isso?”

“Fernando, eu não estou entendo o que você está querendo dizer”.

“Meu caro Monta, todo bem físico, coisas fúteis ou necessárias que você possui representam tempo da sua vida. Você trocou seu tempo de conhecer, experimentar, viajar, ver e sentir por coisas que estão estocadas em armários, gavetas, sem falar o que está estacionado na garagem… A posse é uma ilusão. O poder é uma ilusão. Eu só entendi isso depois que morri. Deixei tudo para trás… Muito do meu tempo de vida foi acumulado em redundâncias inúteis… Ah se as pessoas entendessem o que significa a vida…”. 

“Fernando, você esqueceu que meu lema é : “Carrego comigo todos meus bens”? E meus bens são meus pensamentos, sentimentos , experiências e vivências”…

 “Então, troque muito destas “coisas redundantes acumuladas" por "bens" ou doe para que não tem nada…”

Ele não disse mais nada. Foi até o escritório, pegou meu livro “O Eu Profundo e Outros Eus” de Fernando Pessoa.

“Lembro que você ganhou este livro em 1975…" e começou a ler em voz alta o “Guardador de Rebanhos”.

De repente toca o despertador do celular. Abro os olhos. O livro de Fernando Pessoa está caído no chão ao lado da cama.