domingo, 8 de março de 2009

08 de Março, Dia Internacional da Mulher, reflexão e desilusão

O arcebispo de Olinda e Recife, Jose Cardoso Sobrinho, considera o aborto um crime mais grave do que o estupro de uma menina de 9 anos.  Segundo ele, os médicos que realizaram “este crime" (aborto legal) merecem ser excomungados (pena máxima aplicada pela igreja), enquanto que o padrasto,  o estuprador,  merece o perdão, pois se “arrependeu” dos 3 anos de abuso...  

Será que, pelo fato da violência sexual contra menores ser “um crime menor” e bastar “o arrependimento sincero” para se obter o “perdão da igreja”, que muitos padres que praticaram abusos sexuais contra crianças estão ainda na ativa? (protegidos pelo expediente do "arrependimento & perdão")

Segundo  o New York Times, em 2007, a arquidiocese de Los Angeles aceitou pagar 660 milhões de dólares a mais de 500 vítimas de abusos sexuais cometidos por padres desse bispado, uma soma significativa no escândalo de pedofilia que atinge desde 2002 o clero dos Estados Unidos.

Em 2004 a diocese de Orange (Califórnia) pagou 100 milhões de dólares para encerrar 90 processos e, em 2005, a também californiana Oakland entregou 56 milhões a suas 56 vítimas.

Em 2006 a diocese de Convington (Kentucky) pagou 84 milhões de dólares a 350 vítimas de abusos.

Será que não já não passou da hora da igreja católica rever seus conceitos, permitir o casamento de padres, incentivar mulheres no exercício do sacerdócio e abandonar práticas da Idade Média?

A Igreja existe para servir, ou se serve para continuar a existir?