sexta-feira, 31 de outubro de 2025

A Teia das Bolhas

 



Eu: "Motta, por que nossos amigos parecem tão distantes?

Olhos antes brilhantes, agora opacos de certeza".


Motta: "Ah, vejo a mesma tristeza em você.

Eles se enredaram em teias invisíveis,

Nos grupos de WhatsApp ecoam apenas uma voz".


Eu: "Como gotas d'água iguais,

Formando poças estagnadas de pensamento".


Motta: "Sim, e nessas poças, as ideias não fluem.

Crescem extremas, polarizadas, como plantas sem poda".


Eu: "Vejo nossos queridos se calando,

Engolindo dúvidas para não perturbar o grupo".


Motta: "E assim, suas mentes adormecem,

Sonâmbulas na escuridão do consenso forçado".


Eu: "Que triste! Onde está a faísca da criatividade?

A chama da solução que nasce do debate?"


Motta: "Extinta, Monta. Sufocada pela mesmice.

Precisamos de ar fresco, de ventos diversos, novos inputs!”


Eu: "Como quebrar essas bolhas, meu amigo?

Como salvar aqueles que se afogam em suas próprias certezas?"


Motta: "Com coragem, Monta. Coragem para questionar.

Para estender a mão além de nosso círculo confortável".


Eu: Para ouvir vozes dissonantes, questionadoras

E encontrar harmonia e sabedoria na diversidade".


Motta: "Sim! Pois só assim crescemos.

Só assim nos tornamos verdadeiramente sábios

Evitando os perigos do pensamento de grupo e da polarização”.


Eu: "Sim. Então vamos, Motta! Vamos romper essas teias!

Libertar mentes, reacender o brilho nos olhos de nossos amigos".


Motta: "E quem sabe, Monta, nessa jornada,

Descobriremos também novos horizontes em nós mesmos.

Como diria meu poeta: “Questionar é preciso”.


Montanari

31/10/2025