segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Políticos, Corrupção e a Teoria da “Janela Quebrada”




Se uma "janela" é quebrada e não é consertada, quem passa por ali conclui que ninguém se importa com aquilo e que não há ninguém no controle.

Em breve, "outras janelas" aparecerão quebradas, e a sensação de anarquia  se espalhará, enviando a mensagem que aqui tudo vale.

A corrupção é contagiante - assim como a tendência da moda - e pode começar como no caso de uma “janela quebrada” e se espalhar por toda a comunidade.

A aceitação de que “caixa 2” para financiar campanhas eleitorais é um delito inofensivo determinou o Ponto da Virada para crimes muito mais graves. (A história se encarregará de demonstrar isto aos ingênuos e cegos seguidores de determinados partidos…)

Minha esperança está no fato de que a teoria da janela quebrada se baseia no princípio de que a epidemia pode ser revertida, pode dar uma guinada, consertando-se detalhes “mínimos" do ambiente.

A teoria da janela quebrada é um argumento ambiental.
Ela afirma que o comportamento é função do contexto social.

Políticos e partidos são profundamente sensíveis ao ambiente. Estão alertas aos sinais e são motivados a cometer crimes baseados na suas percepções do universo ao redor. 

Existem ocasiões em que políticos e partidos alteram seu comportamento de modo significativo pela simples mudança de detalhes da situação em que se encontram… 
Nestas ocasiões bons políticos e bons partidos podem cometer crimes (e cometem) que jamais aceitaram ou sonhavam que praticariam… 

Para reduzir a corrupção em nosso país é preciso criar um movimento contagiante contra “janelas quebradas”. 
E por incrível que pareça, para se criar um movimento contagiante é necessário gerar antes vários pequenos movimentos. E para isto as redes sociais podem ser muito poderosas… Nos falta massa crítica…

Baseado no livro "The tipping point”

foto: Montanari 

local: Helsinki 

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