sábado, 23 de outubro de 2010

Gangs, suas tribos e o arco-íris.


Com o coração batendo cada vez mais rápido e o ódio crescendo a cada passo, gritávamos palavras de ordem contra o suposto inimigo... Estávamos em transe... Estávamos sendo preparados para o ataque... Éramos nós ou eles! Os inimigos eram a causa de todo o mal. Tínhamos que destruí-los. A verdade estava do nosso lado...

Nada mais importava. O ódio me alimentava. O sentimento de querer destruir o inimigo me dava força e preenchia a falta de significado para minha vida. Me sentia forte. Me sentia feliz por fazer parte desta luta contra o mal!

Por uns instantes estava feliz: tinha um porquê!

O efeito da droga não foi tão duradoro desta vez: “Meus Deus, que faço aqui?”

De repente me vejo de cara pintada, dançando ao som hipnótico do batuque e do inebriante grito de guerra liderado pelo grande “cacique”...

Por muito pouco não sou conduzido pela tribo e por este ritual hipnótico para lutar contra o suposto mal de todos os males, o outro partido!

Me senti como um selvagem num ritual de guerra: Um primitivo alucinado sendo induzido pelo batuque hipnótico da internet e pelas drogas oferecidas pelos “pajés” detentores das porções mágicas da comunicação eletrônica...

Não, isto não é prá mim...

Agora, passado o efeito da overdose da mais ‘pura’ TV batizada com blogs, twits, videologs, broadcasting e resultados de pesquisas pseudocientíficas, me sinto deprimido com toda esta “animosidade” dos petistas e psdebistas em transe, se atacando dentro de minha casa...

Como somos primitivos! Como podemos ser tão limitados e ver o mundo monocromático!

A história que meu avô contava dos vermelhos contra os azuis era verdadeira?

Tá chovendo.

Olho para fora, vejo um arco-íris.

Sinal de esperança?

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