sábado, 25 de outubro de 2025

SER e ESTAR




Na madrugada, desperto

Pés descalços sobre o chão frio

Caminho para a sala vazia

O silêncio, meu companheiro


Sento-me numa poltrona velha

Olhos vagam pelo céu noturno

Estrelas distantes, luzes cintilam

Alguma mensagem ou só o cosmos infinito?


Sonolência mistura-se à curiosidade

Busco significados onde não existem

Sou apenas um peregrino sem sono

Diante da vastidão do universo


O frio avança pelo meu corpo

Lembra-me de minha pequenez

Não há mistérios a desvendar

Só a simplicidade do ser e estar


Na solidão da noite, compreendo:

Sou parte deste mundo, nada mais

As estrelas brilham sem propósito

Como eu, simplesmente existem


O universo não guarda segredos

Apenas é, em sua plenitude

E eu, sentado nesta poltrona desconfortável

Sou testemunha dessa verdade nua.


Montanari

Maio 2025

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