terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sistema de cotas e a incompetência política

Neste final de semana, 450 mil jovens prestaram o vestibular da FUVEST.

Bom momento para refletirmos sobre a incompetência de nossos políticos que permitiram que nossa educação chegasse nesta situação lastimável em que se encontra.

A avaliação de nossos jovens do ensino médio, em testes de Matemática e Ciências, comparada com jovens de outros países é simplesmente uma vergonha.

Como vamos garantir o futuro do país sem mão de obra qualificada?

A Intel deixou de implantar uma fábrica de "chip" de computador no Brasil, porque não dispúnhamos de mão de obra qualificada. Quantas oportunidades vamos perder no futuro, em função da qualidade do estudante que estamos formando hoje?

Qual a porcentagem de alunos da escola pública que consegue entrar numa universidade de 1ª linha? Para resolver este problema, a proposta de nossos políticos é instituir um sistema de cotas!

A causa raiz do problema das minorias não terem acesso a escolas de 1ª linha está na péssima qualidade do ensino público fundamental e básico. Os investimentos em educação deveriam ser focados na melhoria do ensino, na qualificação e melhor remuneração dos professores, na disponibilidade de tecnologias para tornar as aulas mais atraentes.

Que preocupação temos com o futuro deste país aceitando a situação atual de nossas escolas?

Como podemos aceitar que alunos sejam promovidos sem ao menos saber ler e escrever?

Não podemos ficar passivos com o fato de que a cada ano menos jovens se interessam pela carreira do magistério.  Seja porque é mal remunerada ou porque não a consideram uma atividade nobre.

O sistema de cotas é uma distorção, uma aberração, um “quebra-galho eleitoreiro” para desviar nossa atenção da causa raiz do problema: gestão irresponsável da educação. Não dá para continuarmos aceitando medidas paliativas.

A área educacional precisa de uma reforma urgente. Precisamos partir da visão correta de que a riqueza deste país dependerá, no futuro, do conhecimento e da tecnologia. Precisamos entender que a formação adequada dos jovens trabalhadores do amanhã leva décadas para ser consolidada. Precisamos eleger a educação como nossa prioridade número um, porque o crescimento e a qualidade de vida neste país dependem disto. Mães e pais deveriam participar mais ativamente da vida escolar de seus filhos e lutar por melhorias.

Professores e educadores deveriam trabalhar intensamente para que toda a sociedade aceite como meta estarmos entre os 10 primeiros colocados no ranking internacional de desempenho em Matemática, Ciências e Leitura dos alunos do ensino médio. Tendo uma meta clara e aceita por todos e enxergando nossa vergonhosa classificação, quem sabe políticos, educadores e pais se mobilizassem para mudar a situação atual.

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